sábado, 26 de dezembro de 2009

Sem erros nem acertos

"O homem, porque não tem senão uma vida, não tem nenhuma possibilidade de verificar a hipótese através de experimentos, de maneira que não saberá nunca se errou ou acertou ao obedecer a um sentimento. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado.

Pelo fato da vida ser, relativamente, tão curta e não comportar “reprises”, para emendarmos nossos erros, somos forçados a agir, na maior parte das vezes, por impulsos, em especial nos atos que tendem a determinar nosso futuro. Somos como atores convocados a representar uma tragédia (ou comédia), sem ter feito um único ensaio, apenas com uma ligeira e apressada leitura do script. Nunca saberemos, de fato, se a intuição que nos determinou seguir certo sentimento foi correta ou não. Não há tempo para essa verificação. Por isso, precisamos cuidar das nossas emoções com carinho muito especial." (Kundera)

O peso da leveza

Sem saber sentir, apenas sentindo, sinto-me insustentavelmente leve.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sons e silêncios

Seus sonhos têm sido angustiantes o suficiente para mante-la acordada. Seus olhos ficam estatelados, ecoando o vazio de sua mente. Ela não pode nem dormir e nem pensar. Às vezes uma música preenche com suas notas os pequenos vácuos de seu coraçãozinho. Mas quando ela expira os sons e os silêncios se esvaem e então, a garota, mal tem tempo de sentí-los ou tocá-los.

lsg

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Palavras

Ela estava bem ali - e imaginem o que quiser que seja o ali! Para ela aquilo era um banco, que aos poucos foi recebendo seu corpo e todo seu pensamento, em milésimos de segundos estava deitada. Assim, foi transportada para um vácuo branco onde haviam linhas completas, cheias de palavras vazias e parágrafos decorados.
Um tempo depois, já dominada pela cafeína, se viu de novo no tal banco. Mas agora sim: estava bem ali! Aquelas palavras foram apagadas, e então ela recomeçara a busca por outras e outras. E o dia em que ela encontrar todas essas letras, completar todas as frases, não haverá mais nada que fazer - felizmente, esse dia não vai acontecer.

lsg

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Um pouco de calor

"Saí à toa nessa madrugada sem saber porque. A noite daqui é tão linda e faz me perder. Penso num belo horizonte, em poder te ver. Sei que eu não tenho mais nada a perder!
Meu carro que não quer mais andar, essa noite que não quer terminar (...)
Eu preciso de um pouco de calor.

Eu quero o dia, a noite e o mar. E cantar!" (Dan Nakagawa)