quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Nós

Vivo o vazio mais completo, a satisfação com os dias e com as noites. Só a chuva não me faz rir, prefiro a lua e todas as estrelas brilhando. Sempre tenho muitas preferências, é que eu talvez saiba o que gosto e o que não gosto. Mas às vezes isso dá errado. Agora não escrevi o que queria. Vou indo. Fui indo. Estou indo. Minha felicidade é de você. Outros me partem o coração, mas vivamos os movimentos independentes. E livres ainda nos reencontraremos. Difícil expressar os sentimentos, né? Isso dá até uma angústia. Mas é boa. Sinto-me fora do campo, apenas observo os jogos e torço para o empate vencedor. Não estou para ganhar, na verdade não estou para jogar pois não quero ver ninguém perder. Mas nada é para sempre. Quero viver. Mentiras sinceras, frases feitas e refeitas, sorrisos acolhedores. A felicidade inconsciente, só nós compreendemos o nosso bem-estar. Não sabemos dizê-lo, apenas vivê-lo. Explosão. Não tem fim o cotidiano, assim preencho-me do nada. Pensamentos e fantasias. Sorrio. Mas nem sempre corpo e mente estão juntos. Às vezes sinto o corpo chorar e a mente voa, sorri feliz e triste. Ela precisa de você. Enquanto isso, a genialidade não está aí e nem aí. Desconexões. Sentidos facetados, caminhos misturados. Não entendemos muito mas escolhemos. Sempre preferimos, nem que seja a não-escolha. Vamos, vai, vou. Voa! Não vemos mais nada e só abrimos os olhos para viver.

Partida

Não quero gritar nada para o mundo. Tenho comigo, e guardo, os segredos. Às vezes são tão guardados que nem eu conheco ou lembro. Prefiro assim, tudo entre eu e o mundo é nosso, é mais sincero e mais gostoso. O mundo dança quando eu grito e me acolhe quando me escondo. Só ele me vê. E me escondo para ele e para mim. O mundo me dá vida, giramos juntos e até sinto que não preciso de mais nada. Basta que eu ande, enxerge e sinta. Assim amo. Assim vivo. Desprendo-me. Não quero problemas. Vou onde posso ir sozinha ninguém vai comigo. O mundo me leva. Desprendo-me, desprendo-me, desprendo-me. Não quero berros, só carinhos e abraços. Só isso que peço, já sorrio só de pensar. E sou romântica, às vezes prefiro minha objetividade. Construo e quero. Posso então errar, ninguém pode se acompanhar. Isso pesa e quero pena, pluma. Tudo leve. O mundo embala, a gente ferve, o filme passa, um vive e outro morre. As vidas se partem. Liberto-me.

domingo, 2 de agosto de 2009

Meu toujours-ivre

Os minutos foram curtos, mas duraram muito tempo. E o tempo transformou-se em horas incontáveis. O inconsciente era mais do que prazeroso, ele regia meus braços, pernas, olhos e boca. O sorriso estampava a alegria mais profunda e contagiante, aquela que nem você mesma consegue conter ou conhecer. Tudo era intenso, uma força gostosa ora abria e ora fechava meus olhos. Eu vivia o tudo e o nada. O sono era circular, não tinham formas nem as imagens e nem as músicas que passavam pelo meu caminho. Mas tudo era perfeito. Eu estava embriagada de palavras e ausências, de memórias esquecidas e de pensamentos. Estes me enxarcavam, eu sentia o não-sentir. E agora, mais nada importa, nem os ventos nos meus cabelos descabelados. Só me resta a alegria de lembrar. E assim, toujours-ivre, a gente segue apaixonadas, esperando mais uma onda do que for.