terça-feira, 28 de setembro de 2010

O que tenho

Tenho sentimentos à flor da pele, exalando vontade, passando longe de qualquer razão. Não posso explicar essa força que de tanto ser tanto me enfraquece.
Tenho um horizonte difícil de alcançar, impossível de entender mas que me sorri. E quanto a mim, só posso também sorri-lo.
Tenho um coração que pulsa, que sangra e escorre por todo o meu corpo, por toda essa alma que é de carne.
Tenho sede, e não matá-la dá medo. Deixa a garganta seca, a ponto de não ter mais o que falar, de não conseguir gritar.
Tenho uma vida! Essa é a única certeza que posso ter. É por ela que passo, é nela que amo, é com ela que amo. Deixo que ela me empurre para que eu esteja mais certa que estou no mundo. E quem sabe então também te ter.
Tenho um pulmão que insiste em respirar, que não pára de suspirar e que está enxarcado com aquele sangue que me percorre. Pulmão, coração, mãos, olhos, ..., tudo em mim pulsa. Tudo em mim cala porque agora quer ouvir.
Tenho então, ouvidos que esperam, orelhas que arrepiam, dedos que protegem e cuidam de nossos sons. O peito está aqui, está ali, está esparramado por mim. Está quente, sente saudades, ama de todas as formas. Sua pulsação ora me escancara, e ora me encolhe. E não tento entende-la porque é como se não me fosse permitido.
Tenho porque me quero, porque te quero, porque nos quero.
Tenho todo o querer para me aquecer.

(suspiro para espantar o frio. E então reparo o quanto sinto, sinto, sinto, sinto... - no ritmo do meu coração)

lsg