sábado, 26 de dezembro de 2009

Sem erros nem acertos

"O homem, porque não tem senão uma vida, não tem nenhuma possibilidade de verificar a hipótese através de experimentos, de maneira que não saberá nunca se errou ou acertou ao obedecer a um sentimento. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado.

Pelo fato da vida ser, relativamente, tão curta e não comportar “reprises”, para emendarmos nossos erros, somos forçados a agir, na maior parte das vezes, por impulsos, em especial nos atos que tendem a determinar nosso futuro. Somos como atores convocados a representar uma tragédia (ou comédia), sem ter feito um único ensaio, apenas com uma ligeira e apressada leitura do script. Nunca saberemos, de fato, se a intuição que nos determinou seguir certo sentimento foi correta ou não. Não há tempo para essa verificação. Por isso, precisamos cuidar das nossas emoções com carinho muito especial." (Kundera)

O peso da leveza

Sem saber sentir, apenas sentindo, sinto-me insustentavelmente leve.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sons e silêncios

Seus sonhos têm sido angustiantes o suficiente para mante-la acordada. Seus olhos ficam estatelados, ecoando o vazio de sua mente. Ela não pode nem dormir e nem pensar. Às vezes uma música preenche com suas notas os pequenos vácuos de seu coraçãozinho. Mas quando ela expira os sons e os silêncios se esvaem e então, a garota, mal tem tempo de sentí-los ou tocá-los.

lsg

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Palavras

Ela estava bem ali - e imaginem o que quiser que seja o ali! Para ela aquilo era um banco, que aos poucos foi recebendo seu corpo e todo seu pensamento, em milésimos de segundos estava deitada. Assim, foi transportada para um vácuo branco onde haviam linhas completas, cheias de palavras vazias e parágrafos decorados.
Um tempo depois, já dominada pela cafeína, se viu de novo no tal banco. Mas agora sim: estava bem ali! Aquelas palavras foram apagadas, e então ela recomeçara a busca por outras e outras. E o dia em que ela encontrar todas essas letras, completar todas as frases, não haverá mais nada que fazer - felizmente, esse dia não vai acontecer.

lsg

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Um pouco de calor

"Saí à toa nessa madrugada sem saber porque. A noite daqui é tão linda e faz me perder. Penso num belo horizonte, em poder te ver. Sei que eu não tenho mais nada a perder!
Meu carro que não quer mais andar, essa noite que não quer terminar (...)
Eu preciso de um pouco de calor.

Eu quero o dia, a noite e o mar. E cantar!" (Dan Nakagawa)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

insustentável

"Mas era justamente o fraco que deveria saber ser forte e partir, quando o forte é fraco demais para poder ofender o fraco." (Milan Kundera)

domingo, 15 de novembro de 2009

Um tapa

Eu tenho um segredo que todo mundo sabe.
Eu tenho um desejo só meu.
Não tenho palavras.

Não tive palavras para as fraquezas humanas:
para aquele meu sono, para a inquietude daquela alma que queria ver o mundo, para a covardia daquele que escolheu o passado, para o meu descompasso.
Tudo bem, apenas, todos esses e eu demos nossa cara à tapa!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Vida viciada

E a vida é como uma jaula que escolhemos abrir, entrar, fechar e depois (ou antes), abrir, sair, fechar. Um ciclo vicioso que te impede de ver outras milhões de luzes ao teu redor. Prendemo-nos por escolher não enxergar. E quando um ponto, de forma súbita, atravessa seu vício é que percebe o quanto estava cega e covarde para assumí-lo.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

in-satisfação

Começo a sentir aquela onda, uma que é física, que passa pelo meu corpo rasgando a mente, os pulmões e os rins. Os pés também estão ásperos, é resultado de algum esforço, de um prazer buscado de forma incansável.
E bem sei porque não me canso: nunca estou satisfeita. Será isso bom ou ruim? Não sei, apenas é. Quando realizo o que era novo e este tornar-se velho continuo insatisfeita porque ainda não cheguei no outro novo que já apareceu. É tudo sempre velho e novo. É assim que vou, satisfeita com minha insatisfação, feliz com os novos e velhos rumos que o mundo me dá. Mas o processo cansa, é um grande redemoinho que quer trazer tudo para dentro de si, tudo o que há em volta, quer misturar e desabar tudo. É muita força. Ela me gasta. Não sinto nada, tenho um sorriso amante e amigo, tenho um olhar perfurante.
Preciso do meu silêncio e da sua voz para abastecer meu coração e minha mente. Quero mãos que se olham, quero olhos que se dão. Quero acabar com toda a partida, a vida não é para ser jogada. Vamos olhar, vamos deixar de sermos chatos! Larguemos a tentativa de tentar encaixar tudo, de esperar finais, de fazer o tradicional. Esquece o depois, este não está em mim pois sou agora!

sábado, 7 de novembro de 2009

Falei

Resolvi, então, te contar tudo! Mostrei que sou do mundo e portanto que somos iguais nas nossas diferenças. Deixei transparecer toda a minha arrogância e fingi ser forte para realmente ser. E nada disso foi ruim. É que eu tive medo, mas foi daqueles que faz transgredir. Era receio do desconhecido e quase certeza da construção. Mas quis largar o medo, gritar tudo para o mundo, andar sem rumo e deixar você me levar. Será que ainda posso ser como antes depois disso? Óbvio que não! Perdi-me assim e achei a máscara - ou será que a colocaram em mim?. Não, não, não estou mentindo, estou transgredindo. Assim faço a vida mais legal, olho para ela sorrindo, um pouco cansada. Peço que ela não seja tão séria comigo e caminhemos juntas. É melhor estar viva, bem viva!!! Não há nada a ser levado tão a sério, mesmo que ainda me digam isso, ainda que queiram me tolir e que eu queira reconstruir, desfazer o que foi feito e vestir outra máscara - isso não pode dar certo. Mas não vale o sacrifício da preservação. E então, que interpretemos como quiser porque eu nem te olho, e nem te julgo, ajo por viver. Assim, não tenho tanta seriedade e aprendo a valorizar cada parte de mim (e de você também).

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Nem tão sério assim

Tenho sempre a imensa vontade de fazer meu dia dar certo. E pensando agora parece sim que o final é sempre feliz. Isso porque quero sempre abraçar o mundo inteiro, trazê-lo para mim, quando então me dou conta que ele é muito grande para os meus braços, mas muito pequeno para a minha cabeça. Ainda que faça tudo o que eu quero, ou pelo menos o que eu posso, muitas horas sinto-me incompleta. Mas agora está tudo pleno, completa de tudo, com pequenas nostalgias e grandes alegrias e mentiras sinceras.
Por isso observo: no submundo não há nada, não há relações, os laços que pretendem ser estreitos não são nem criados. Lá está escancarada a condição humana, o ser animal com sua voz e seus instintos. Nesse lugar me dispo de valores, não há amor nem ódio, há a vida pulsando e revelando com calor o que todos nós somos. Lá parece automático, mas como posso falar do "lá"? Vejo tudo destruído, tudo aquilo que me sustenta e sustenta você, por isso vá experimentar outra coisa e então se destrua! E reconstrua.
E enquanto entrava no nosso submundo ela me disse: "como você escreve tão bem, isso não é fácil!". Eu parei na hora, olhei para aqueles olhos e sorri. Quis conversar com ela, saber um pouco dela, afinal assim como eu observo, ela também me observava. Contou-me que gosta muito de morar ali mas já está enjoada, já não tem mais emoção, já viveu lá sua infância e agora tem até bisnetos. Sobre a violência? Disse que essa estava em todos os lugares, e terminou dizendo que não poderia mais se mudar de lá, não quis sair antes, então agora parece achar digno continuar ali. E essa mulher me redeu linhas, me mostrou o bom senso comum. Mas não me sinto comum, não me sinto melhor, só me sinto (muito). E sorrio para toda essa simplicidade da vida que parece fugir de mim, vamos gente!!! Vamos apenas sentir, estar, dizer sim! Vamos elogiar, vamos ser felizes e fazer feliz, não vamos nos assustar! O submundo já nos revelou, já quebramos tudo e somos agora valores e sentimentos a serem respirados. O fim do dia já foi dito. Quem entendeu bem, eu ainda estou tentando entender. Mas vamos deixar de sermos tão sérios?

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Voltas em mim

Pois é, o mundo dá voltas inesperadas, e a cada volta, estranha ou bonita, sinto a fragilidade da vida. Ainda que viva de forma intensa a sua fraqueza, percebo as pessoas de milhões de formas. Sinto a felicidade misturada com podridão e o quanto as coisas podem acabar assim: que nem poeira no ar. As coisas construídas se quebram e você não pode mais pegá-las, só senti-las arranhando sua cara, seu coração que parecia tão feliz, que foi feliz.
Sou duas, uma que ama e uma que se enoja, só a embriaguez da vida pode me salvar. Sua poesia hipócrita, seu carinho gostoso, sua angústia aliviadora, toda a contradição dessas voltas estão em mim.
Vou nessa, vou rodando, vou rindo para fora, vou chorando para dentro e descobrindo tudo que sou capaz, o quanto as pessoas valem, o quanto as verdades enganam. Vou indo, vamos, vamos!
Cada passo me surpreende, me surpreendo, vou pensando em todas as relações que me rodeiam, vou valorizando cada uma, vou deixando elas passarem, eu vou, o tempo vem. Já não sinto nada, nem o que me fez estar aqui na primeira palavra escrita. Está vendo como vou indo? Vou indo com você, vou indo só comigo. Nem olho para trás, me assusta um pouco o mundo, perco minha inocência em querer descobrir tudo. É, é o preço que se paga. Quebro a redoma, construo outro mundo, me largo e depois me vejo presa.
Não quero pedir nada, quero só ir, me deixa tá? Essa outra em mim vai seguir comigo, vou esconde-la depois mas não vai adiantar muito, pelo menos agora. Estou com um sentimento inexplicável, veja a desconexão. Não queira entender, entrego tudo à vida, me entrego à vida!

domingo, 1 de novembro de 2009

Praticando

A vida pulsa, ela não me dá tempo para ser perdido. Ela me inspira a desvendar seus mistérios, a acreditar que entendi tudo e no instante seguinte perceber que não havia nada a ser entendido, mas apenas vivido. É como o mar, uma beleza de se admirar, que alegra os olhos de quem o vê, que é motivo de festa todo dia e toda noite. A vida, como o mar, tem ondas, de longe pode até parecer calma mas ao se aproximar vemos ondas sem curso lógico, pequenas, grandes, sem ordem, fortes.
A diferença é que os cientistas dizem que todo esse mistério do mar pode ser explicado pela gravidade, a posição da lua e outras coisas dessas. Mas e a vida? Quero saber quem descobriu a gravidade dela, qual ciência vai explicar todas as associações que são livres, livres?
Ninguém vai me explicar a força que ela tem, só eu vou senti-la, vou vivê-la. A alegria me possui de forma imensa, sinto-me mergulhado na vida, englobado por ela, caminhando nas margens, fugindo dos centros fixos e das verdades ditas. Não há nada disso. Sigo o fluxo dela, me agarro nela, coloco-a em prática!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Desordem

Não sei muito o que escrever mas esse texto já veio na minha cabeça várias vezes, de diversas formas. Só preciso tentar escrever.
Pois é, mais uma onda passou, um fim de semana prolongado foi como um dia e uma noite só, tudo junto. Eu olhei as coisas de outra forma, aliás, não é de hoje que isso acontece. Mas vi novos olhares, guardei velhos olhares e sigo meu caminho com uma satisfação insatisfeita e uma felicidade contida. Não fugo, faço escolhas para poder mudar, é isso que sinto: cheiro novo, cheiro velho, cheiro misturado. Tenho milhões de pensamentos que não sabem acompanhar os sentimentos, aliás, me parece que eles estão sempre em descompasso, um não entende o outro e nem podem. Um quer racionalizar, entender, explicar. O outro quer sentir, quer deixar todos os pudores de lado. Sou os dois, estou junto deles. Por isso tenho uma paz desequilibrada, algumas mentiras construídas e forças fracas, mas algo me empurra. Não tenho nenhuma bondade para ninguém, tenho apenas eu e esses dois, são eles que me jogam, que me enlouquecem. Cansei de palhaçadas, de mesmisses, tenho tudo novo no fundo dos meus olhos, quero alcança-lo, torná-lo velho e chegar em outro novo. E assim por diante, ora de forma mais obscura e ora de forma mais clara. Sinto uma claridade em mim, quando paro para tentar entender tudo vejo que não vale guardar; as memórias curtas são as que te farão melhor pois assim você evita esperar a mesma dose - e um pileque nunca pode ser igual a outro, não adianta, aprendemos com cada um deles. Mas tenho sim memórias antigas, aquelas que escolhi para de forma gostosa rir da vida boa, rir de chorar, sem grandes nostalgias porque essas lembranças doem, não me agradam. Estou cuspindo tudo, tudo aqui, tudo de mim, não sei ordenar nada e nem acho que tenha esse poder. Não quero encontrar nenhum método para organizar, não serei nunca um tipo ideal e portanto facilmente compreendido. Não, jamais, ninguém será. E que bom né? Deixei o sucesso de lado, deixei o que todos querem de mim para trás, prefiro eu, eu e você e vocês. No movimento de dar e passar, de sentir e esquecer - um binarismo que parece até funcionar - sinto que estou passando. Estou passando pela vida, por cima, por ela. Estou sentindo-a, tenho os sentidos aflorados, sinto todos os prazeres me tocarem, vejo alguns mais de longe mas sinto só de ver, só de desejar. Quero bater palma para a vida, sempre inédita, ela nos prega peça e a gente vai e prega outra nela, e assim uma vai rindo da outra, acabamos sempre rindo juntas porque somos boas - boas no sentindo de quem quiser entender. Quero até seguir essas linhas, mas não vejo mais coerência, na verdade nunca a vi, lembra que disse que nada tem ordem aqui? Então, vou guardar aqui tudo isso para lembrar da beleza, dos sorrisos, dos novos e velhos amores, dos carinhos e abraços, dessas coisas que não podem se repetir, do que não pode ser nostálgico. Quero acabar com você! Tenho um amor em mim que só quer explodir!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Vida exacerbada

"Orgulho-me de sempre pressentir mudança de tempo. Há coisa no ar - o corpo avisa que virá algo novo e eu me alvoroço toda. Não sei para quê. Naquela mesma primavera ganhei a planta chamada prímula. É tão misteriosa que no seu mistério está contido o inexplicável da natureza. Aparentemente nada tem de singular. Mas no dia exato que começa a primavera as folhas morrem e em lugar delas nascem flores fechadas que têm um perfume feminino e masculino extremamente estonteador.
A gente está sentada perto e olhando distraída. E eis que elas vagarosamente vão se abrindo e entregando-se à nova estação sob nosso olhar de espantado: é a primavera que então se instala.
Mas quando vem o inverno eu dou e dou e dou. Agasalho muito. Aconchego ninhadas de pessoas no meu peito morno. E ouve-se barulho de quem toma sopa quente. Estou vivendo agora dias de chuva: já se aproxima eu dar.
Não vê que isto aqui é como filho nascendo? Dói. Dor exarcebada. O processo dói. Vir-a-ser é uma lenta e lenta dor boa. É o espreguiçamento amplo até onde a pessoa pode se esticar. E o sangue agradece. Respiro, respiro. (...)
Tenho falado muito em morte. Mas vou te falar no sopro da vida. Quando a pessoa já está sem respiração faz-se a respiração bucal: cola-se a boca na boca do outro e se respira. Essa troca de aspirações é uma das coisas mais belas que já ouvi dizerem da vida. Na verdade a beleza deste boca a boca está me ofuscando.
Oh, como tudo é incerto. E no entanto dentro da Ordem. Não sei sequer o que vou te escrever na frase seguinte. A verdade última a gente nunca diz. Quem sabe de verdade que venha então. E fale. Ouviremos contritos ...... eu o vi de repente e era um homem tão extraordinariamente bonito e viril que eu senti uma alegria de criação. Não é que eu o quisesse para mim assim como não quero para mim o menino que vi com cabelos de arcanjo correndo atrás da bola. Eu queria somente olhar. O homem olhou um instante para mim e sorriu calmo: ele sabia o quanto era belo e sei que sabia que eu não o queria para mim. Sorriu porque não sentiu ameaça alguma. É que os seres excepcionais em qualquer sentido estão sujeitos a mais perigos do que o comum das pessoas. Atravessei a rua e tomei um táxi. A brisa arrepiava-me os cabelos da nuca. E eu estava tão feliz que me encolhi no canto do táxi de medo porque a felicidade dói. E isto tudo causado pela visão do homem bonito. Eu continuava a não querê-lo para mim - gosto é das pessoas um pouco feias e ao mesmo tempo harmoniosas, mas ele de certo modo dera-me muito com o sorriso de camaradagem entre pessoas que se entendem. Tudo isso eu não entendia.
A coragam de viver: deixo oculto o que precisa ser oculto e precisa irradiar-se em segredo.
Calo-me.
Porque não sei qual é o meu segredo. Conta-me o teu, ensina-me sobre o segredo de cada um de nós. Não é segredo difamante. É apenas esse isto: segredo.
E não tem fórmulas." Clarisse Lispertor em Água Viva

domingo, 4 de outubro de 2009

Tudo diferente

Pois é, começei a ver tudo diferente. Tudo era tão lindo, ainda é! Tive certeza que a árvore era azul e rosa e sorri, nada podia ser feio, tudo me dava alegria. Ai que delícia! Foi assim que acordei! Os cheiros daqueles mesmos lugares e daquelas mesmas pessoas vieram diferentes. E tive a certeza que queria estar ali. Os dias todos juntos foram um só, e foram um monte de sorrisos, carinhos, declarações de todas as formas. Vocês sabem do que eu to falando? Ter alguém com você e ter a certeza que também te fazem questão? É, foram muitos cheiros, muitas formas, sorrisos diferentes, verdades para sempre. Mas também tive vergonha, mal sei agir, mas acho que me entenderam. E não vou esperar, vou estar quando for para ser, para ter mais uma música para cantar, mais um abraço para dar. Vai ser assim, é assim de forma intensa. É assim a minha vida com vocês e outros. Amo!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Castelo de cortina

Às vezes tenho a impressão que já vi te tudo no mundo quando outra coisa acontece e então percebo: é, ainda vivo num castelo. Talvez eu seja o castelo. Mas nada mais me choca, ou poucas coisas, perdi aquela cara de surpresa diante de tanta podridão. Mas não sei se é podridão, é o mundo, é o mundo assim. As pessoas fazem de tudo, elas são tudo, e elas são nada. Eu por exemplo não existo. O que há é uma imensa força, que se protege, que se permite, que quer dar a cara à tapa e descobrir tudo e tudo. Eu to lá e to aqui, vivo rodeada. Minha imensa muralha é uma cortina que as pessoas olham e admiram tanta exuberância e leveza, tanta fluidez e capacidade de ir e vir, de dar e passar. Tem felicidade nela, tem sim. Tem praticidade, e alguma simpatia, tem vontades, muitas vontades. Tem de tudo e tem tudo do nada. Mas ainda sou apaixonada, sou embreagada, contemplo o sorriso que quer dizer alguma coisa. Amo toda essa hipocrisia, na verdade rio na cara dela. Rio, dou gargalhadas para constatar tudo, todo o meu resumo. A vida não pode ser resumida, e nem o mundo, ela e ele estão juntos, caminham de variadas formas, pra todos os lados, a gente vai também. O mundo e a vida levam o que a gente nem sabe o que é, mas estamos aí. No final, ou no começo, talvez no meio, eu até arrisco um basta. Basta a felicidade, basta não querer entender, basta resumir para saber. É, dou vários bastas que são como vivas, são celebrações de tanto encanto e desencanto. São verdades mentirosas e mentiras verdadeiras. Somos vários, vários e variados vários. Me construo diante de tu, ele, ela, nós e eles e elas. No outro dia desconstruo tudo porque já entendi outra coisa, mas não entendi outra. Mas tem coerência, tem? Um pouco, um pouco daquela que te faz estar aqui. Somos maus, não vem com essa. Eu também sou mas posso ser sua amiga também, isso só porque tem amor.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"... Flor de Maracujá...": Mulheres no bar... Encontros...

"... Flor de Maracujá...": Mulheres no bar... Encontros...

Descoberta

"Sai, que já não te quero mais. Sai, porque hoje eu descobri, que posso viver sem ti, que posso viver em paz, muito bem sem teu amor.
Sai, porque agora eu sou um homem bem mais feliz!

Vai, que hoje a lágrima não cai. Sei agora o mal que faz dar amor a quem não ama, dar amor a quem só traz ódio e desilusão, que maltrata um coração precisando de carinho.

Minha amada não consigo mais viver ao lado teu. Não consigo mais te dar o meu amor. Hoje vivo muito bem sem tua boca. E sozinho não conheço mais a dor." (Marcelo Camelo)

domingo, 27 de setembro de 2009

meu taxi

vim de taxi de santa teresa até a ilha do governador, isso nunca é fácil. mas eu tenho um taxista e hoje ele me falou que tudo vai acontecer de forma natural, que um dia eu vou falar pra ele que estou gostando de alguém e que esse alguém está gostando de mim. sendo assim ele quer até ser chamado para o meu casamento - mas eu nem sei se vou casar. Mas ele me contou que vou gostar de lavar cueca e de ter um marido que dorme com o filho no colo. na verdade nunca pensei em nada disso, não consigo me visualizar em muitas coisas, mas foi realmente prazeroso ouvir ele falando que tem a mulher que ele quis e que até hoje são apaixonados. Ele, meu taxista, me contou que a mulher dele tá viajando e por isso ele nem tá comendo direito, nem mexeu na comida que tava na geladeira. não sei muito o que pensar disso, nem quero me casar nem lavar roupa de ninguém, mas eu juro que meu sorriso apareceu ouvindo a história do Jair, meu taxista, que me pega em qualquer lugar e disse: "você ainda tá muito novinha, mas tudo vai acontecer sem você perceber". Mais ou menos assim.

sábado, 26 de setembro de 2009

Segredo

Resolvi ser um grande segredo, não quero te contar nada, aliás, nunca tive nada para te falar. Não vamos descobrir um mundo juntos, palhaçada! E que enjôo me dá de pensar em estar juntos... Ninguém vai saber quem eu sou, nem eu consigo fazer isso. E estou cansada da descoberta ser a proposta, isso não pode dar certo. Esqueçam de mim! Isso, façam isso!! Será melhor quando nos vermos, porque lembraremos de como tudo é muito gostoso e bom: assim, ali e agora! Nada mais. Eu estou esqueçendo - e isso não é ruim.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Cadê?

Alguém viu o Sr Respeito por aí? Queria que ele trocasse um idéia com meu vizinho. Acho que também tem outros indivíduos precisando ouví-lo. Mas o Sr Respeito deve estar de férias, cansado de não ser ouvido.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Mas vou continuar treinando pois uma hora já serei craque em treinar o não-treinar. Vou descobrir novas e diferentes linhas de fuga, vou criar novos territórios, vou deixá-los para trás, vou à algo paralelo, acima e em frente ou acima e atrás. Eu vou aprendendo a desaprender, a reaprender, a (re)viver e esqueçer. Vou guardar sim coisas boas, não vem com essa de filosofia, vou guardá-las no coração de verdade, mas não vou reesperá-las. Vou circular, andar em diagonal e de cabeça para baixo. Minha cabeça, meu corpo e meu coração estarão sempre comigo, serei eles e mais um pouquinho das novas, velhas e diferentes radículas - essas que a gente nunca sabe onde vai dar e nem fazemos idéia de como vieram. Sorrio para isso, e até sinto, mas às vezes me confundo. E faço careta. Desprendo-me, já disse, e por querer assim. E também me prendo para depois acabar com tudo! Tenho forças nas mãos e nos gestos, tenho energia nos cabelos e não consigo muito organizar as coisas. Agora, e daí? Estou vivendo e sentindo cada coisa que cai e cada coisa que se ergue. Vai dar e vai passar, o tudo e o nada.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Meu gênero

E sou de novo, e acho que nunca deixei de ser, um mix de sentimentos. Vivo a ansiedade de forma tranquila, penso em fantasias reais, sei que não sei e entendo - ou tento - a coerência da contradição.
Começo a entrar num processo, um desconhecido conhecido que quer me impor decisões ainda não decididas, que quer tolir o que ainda não cresceu e acabar com o que nem sofreu. Tento jogar, mas não quero. E dá até medo. Prefiro pensar nas alegrias que vão existir e não nas posturas que deverão ser tomadas. Além disso, de nada vale pensar nisso ou no que pensam. Vale viver. Mas é que vivo pensando pois meu pensamento ainda está vivo. Isso tem alguma coerência mas ainda assim não encontrei uma raíz e nem quero encontrá-la. Vou destruí-la para tentar seguir de forma tridimensional. Será melhor assim. Isso quero e até sinto.
Não gosto muito de falar em gêneros, mas é verdade, preocupamos-nos de forma valorativa diante de certas situações. E que saco! E por isso disse o que eu disse e vivo as contradições que sinto. Os valores são enraizados, não são tridimensionais. Não vou esquecê-los, mas vou manipulá-los. E continuarei sendo a exeção com fraquezas na força e belezas no esdrúchulo. Delicadeza com bruto. Não vou esperar, vou viver. E viver não é agir em si mesmo, é ir sendo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Especiais para mim

São especiais aqueles que conquistaram um cantinho no meu pequeno grande coração - seja como for. E gosto mesmo é daqueles que deixam eu gostar como são e como sou. Não se exigiu teste para se gostar e nem para entender como se gostar. E gosto muito de ser especial, mas gosto mais de ter quem gostar. Parece que fico bem feliz assim, pois não me importa como seja para os meus especiais, me completa mais como eles são para mim. Cada jeitinho, cada forma de preencher e cada eu em cada um. Gosto de gostar - sem esperar.
E existem mil formas de expressar que se gosta, não sou muito boa em dizer - mas ainda assim tento. Então prefiro sorrir. E é nele que vão entender tudo, mas não vou contar mais meu suposto segredo. Na verdade, a melhor forma de expressar que gosta é sentindo, seja por um segundo ou uma vida, vale a sinceridade de cada cheiro. (10/09/2009)

****

Outro dia eu falava dos especiais e nesse mesmo dia me falaram que eu era especial para alguém. E o melhor é que esse alguém também é especial para mim. E eu amo. E amo as declarações, as ditas em dez segundos e as escritas em um parágrafo. Aquelas dos bêbados e as dos desconhecidos. Mas vale as que você sente a sinceridade, sorrio para estas. Ai, como tudo isso me deixa feliz! (14/09/2009)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Recomeçando

O sono me levou a algum lugar que sou incapaz de lembrar, mas quando despertei me perdi. Acreditei estar no mundo que não existia mais e em poucos segundos a realidade vinha à tona. Percebi que não estava onde estive e nem podia ir para lá agora e percebi que ele não estava mais aqui. Meu coração ficou pequenininho. O dia de você ir chegou, e foi de forma súbita. Estive sempre contigo, zelei você e a gente. Tive medo de errar e te guardei numa redoma de vidro. Te amo com a força que nunca conheci. E chorei, porque a partida foi estranha, ainda não entendi mas entristeci de um jeito que não queria. E sou um mix de sentimentos. Esses últimos dias não teve hora, não teve dia nem noite, tive a vida que queria. E agora tenho ausências. Mas não faz mal, não estou lamentando, estou feliz por tudo que passou. Nada poderia ser melhor, se nesse jogo um dia fosse colocado a mais a partida poderia terminar e recomeçar diferente. Foi e está sendo assim. O que me resta é tudo isso, tudo gostoso, tudo aquilo que coloca um sorriso no meu rosto. E me resta mais, os próximos minutos que passarão de forma ainda desconhecida - e que bom que seja assim. Sinto o estar por um triz. Eu voltei, você partiu. E assim vamos recomeçar. Sorrio!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Nós

Vivo o vazio mais completo, a satisfação com os dias e com as noites. Só a chuva não me faz rir, prefiro a lua e todas as estrelas brilhando. Sempre tenho muitas preferências, é que eu talvez saiba o que gosto e o que não gosto. Mas às vezes isso dá errado. Agora não escrevi o que queria. Vou indo. Fui indo. Estou indo. Minha felicidade é de você. Outros me partem o coração, mas vivamos os movimentos independentes. E livres ainda nos reencontraremos. Difícil expressar os sentimentos, né? Isso dá até uma angústia. Mas é boa. Sinto-me fora do campo, apenas observo os jogos e torço para o empate vencedor. Não estou para ganhar, na verdade não estou para jogar pois não quero ver ninguém perder. Mas nada é para sempre. Quero viver. Mentiras sinceras, frases feitas e refeitas, sorrisos acolhedores. A felicidade inconsciente, só nós compreendemos o nosso bem-estar. Não sabemos dizê-lo, apenas vivê-lo. Explosão. Não tem fim o cotidiano, assim preencho-me do nada. Pensamentos e fantasias. Sorrio. Mas nem sempre corpo e mente estão juntos. Às vezes sinto o corpo chorar e a mente voa, sorri feliz e triste. Ela precisa de você. Enquanto isso, a genialidade não está aí e nem aí. Desconexões. Sentidos facetados, caminhos misturados. Não entendemos muito mas escolhemos. Sempre preferimos, nem que seja a não-escolha. Vamos, vai, vou. Voa! Não vemos mais nada e só abrimos os olhos para viver.

Partida

Não quero gritar nada para o mundo. Tenho comigo, e guardo, os segredos. Às vezes são tão guardados que nem eu conheco ou lembro. Prefiro assim, tudo entre eu e o mundo é nosso, é mais sincero e mais gostoso. O mundo dança quando eu grito e me acolhe quando me escondo. Só ele me vê. E me escondo para ele e para mim. O mundo me dá vida, giramos juntos e até sinto que não preciso de mais nada. Basta que eu ande, enxerge e sinta. Assim amo. Assim vivo. Desprendo-me. Não quero problemas. Vou onde posso ir sozinha ninguém vai comigo. O mundo me leva. Desprendo-me, desprendo-me, desprendo-me. Não quero berros, só carinhos e abraços. Só isso que peço, já sorrio só de pensar. E sou romântica, às vezes prefiro minha objetividade. Construo e quero. Posso então errar, ninguém pode se acompanhar. Isso pesa e quero pena, pluma. Tudo leve. O mundo embala, a gente ferve, o filme passa, um vive e outro morre. As vidas se partem. Liberto-me.

domingo, 2 de agosto de 2009

Meu toujours-ivre

Os minutos foram curtos, mas duraram muito tempo. E o tempo transformou-se em horas incontáveis. O inconsciente era mais do que prazeroso, ele regia meus braços, pernas, olhos e boca. O sorriso estampava a alegria mais profunda e contagiante, aquela que nem você mesma consegue conter ou conhecer. Tudo era intenso, uma força gostosa ora abria e ora fechava meus olhos. Eu vivia o tudo e o nada. O sono era circular, não tinham formas nem as imagens e nem as músicas que passavam pelo meu caminho. Mas tudo era perfeito. Eu estava embriagada de palavras e ausências, de memórias esquecidas e de pensamentos. Estes me enxarcavam, eu sentia o não-sentir. E agora, mais nada importa, nem os ventos nos meus cabelos descabelados. Só me resta a alegria de lembrar. E assim, toujours-ivre, a gente segue apaixonadas, esperando mais uma onda do que for.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Irritada

Ele me invadiu, era uma coisa que eu sentia percorrer cada canto de mim. Minhas entranhas eram tocadas da forma mais estúpida possível. Eu não sentia dores, mas sensações terríveis. Minha vontade era encolher até expelir aquilo tudo de mim. Sentia nervoso, um pouco maior do que aquele que se tem quando alguém arranha as unhas num quadro negro. Mas enfim, tudo acabou. Ele foi embora e minhas mãos se desprenderam. Senti um alívio que era rapidamente interrompido pela lembrança daquela invasão. E minhas expressões foram se soltando aos poucos, tentando esquecer. Mas dentro de mim tudo ainda se revirava, não havia ordem possível a ser estabelecida no meu corpo e nos meus movimentos, desde os mais internos. Estava tudo irritado. Agora passou, estou salva de qualquer perigo. É apenas uma irritação.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Angústia

Todos os dias sinto como se a vida tivesse por um triz. E isso não é pessimismo, mas sim a realidade da vida. Não se sabe o que virá na próxima esquina e, diante disso, de nada adiantam os grandes e longos planos. E então, com esse sentimento de alguém que não sabe o que esperar, me proponho à intensidade, à descoberta de mim. Nas noites, nas rodas de amigos, entre bêbados desconhecidos, com a família e sozinha na multidão, essa minha sensação move minha necessidade de viver, de conhecer, de me permitir. E tendo um pouco de clareza disso, de onde vem toda a minha fugacidade, só uma coisa eu quero: no dia que o "triz" não existir mais e não houver mais nada para esperar, quero morrer feliz da vida! Quero sempre, nessa luta pelo o que quase se quebra, a lucidez da minha inconsciência. E por isso, no fundo, nem sei o que isso tudo significa - e nem quero saber.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Homenagem a Mirandão

"Era sempre assim, em cada um de seus frequentes pileques. Primeiro tinha aquela fase de esfuziante júbilo. Parecia-lhe o mundo perfeito e bom, a vida alegre e fácil, e naquela hora Mirandão tudo podia compreender e estimar, estabelecia-se entre ele e as demais criaturas um clima de comunhão total, mesmo entre ele e a fedida arraia-mijona, sua vizinha de cadeira. Ficava delicado, conversador, a imaginação extravasando, sem limites. A figura do estudante pobre, 'perpétuo estudante e perpetuamente sequioso', imagem por ele criada e da qual vivia, cedia lugar ao homem moço, importante e vitorioso, promovido a engenheiro-agrônomo, quando não a livre-docente da Escola, enumerando vantagens, galgando cargos e conquistando mulheres. Danava-se a contar histórias, e como as contava! Era um mestre da narrativa oral, criador de tipos e de suspense, um clássico da boa prosa.
Se a bebedeira prolongava, no entanto, ao fim da noite esse otimismo e essa euforia se esfumavam e, ao término da esbórnia, envolvia-se Mirandão em lástima e lamento, a flagelar-se, lancinante, em impiedosa auto-crítica, recordando a esposa vítima de sua degradação, os quatro filhos sem comida, toda a família ameaçada de despejo, e ele ali, nos antros de jogo e nos prostíbulos. 'Sou um miserável, um crápula, um canalha', alardeava Mirandão pungente, com remorsos e sem malícia, um moralista. Mas essa segunda e lamentosa fase só de raro acontecia, só em ocasiões de porres monumentais."

Salve a raridade dessa segunda fase e toda a canalhice jubilante de Mirandão!!!
Vivam os pileques do mundo!!! E o prazer do inconsciente!!!

(Mirandão é amigo de Vadinho, um dos maridos de Dona Flor.)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sem título

Pontos... Ponto e vírgula;
Exclamo a interrogação!
E interrogo a exclamação
Coloco til onde se quer acento
Junto tudo e esqueço o hí-fen
Cecidilha não existe
Sem regras por favor

Só para você!

Queria te escrever os versos mais bonitos, como se a beleza pudesse expressar o que eu sinto. E me engano. Nada de complexidades ou adereços, o sentimento é bem simples: é amor. E o amor é cafona! E ele será assim, ele se perde na nossa liberdade. Apaixonados pela vida vivemos a complementariedade inexplicável. A felicidade faz parte da meta principal, mais nada importa. Sermos felizes, livres e amantes é essencial. Ansiedades, fugacidade e solidão apenas fazem parte.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sinal Verde

Ele entrou com tudo e troquei de roupa. Quando cheguei no ponto eu estava de meia verde e ele com dor nas costas. Enquanto isso, em casa, o arroz estava no fogão. E o roupão? Também era verde. Na rua todos os sinais estavam verdes. A gente está sempre disposto, com o sinal verde para a vida!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sozinhos, perseguidos e desajustados

Na solidão da multidão acho que me fortaleço, buscando manipular situações, com frases feitas vou satisfazendo meu ego. A previsibilidade do imprevisível libera adrenalina e minha cabeça não para. É até gostoso, sem isso a vida não teria tanta graça.
Um dia sonhei que estava em outra dimensão. Era um campo árido e do meu lado estava parte do meu coração, fomos perseguidos. As pessoas não queriam nos fazer bem e acordei sentindo uma dor imensa, sozinha na cama.
No fundo, fundo eu só queria entender, só não sei bem o que. Falta tema, objeto e metodologia. E na vida se encontra um método?? Tenho certeza que não. Termino aqui com o desencontro do escrever, há sempre um descompasso na expressão do sentimento e na sua sensação, e também na tentativa de compreendê-lo. É, somos todos desajustados no discurso.

Eu ouvi um cd inteiro e não dormi. Fiquei pensando, pensando, cansei. Cansei da insônia, mas até prefiro gostar dela, será melhor assim. Ai que saco, tanto pensei e agora não consigo escrever. Mas vamos lá vou tentar. Tentei, só consigo colocar um ponto final. De novo: hoje foi um dia bacana, cheguei em casa cansada de falar, até queria tomar uma cervejinha mas não deu. Vai ficar para amanhã, até nisso a Ilha é desanimadora. Moro numa Ilha, na verdade, tecnicamente, depois que constrõem uma ponte ligando a ilha ao continente não se pode mais chamar aquele pedaço de terra de Ilha. E também, o que importa?? Estava pensando, não escrevo tão bem meus pensamentos, mas só estou aqui agora porque queria tentar. E se você não gostou, foda-se. Se gostou, não precisa elogiar. Também, quem é você?? Cada palavrinha de alguma maneira me conforta, e o que mais pode ser importante?? Gosto de ouvir música, isso é importante. De dizer eu te amo, de dar um abraço e sorrir sempre, sincero. Vou acabar por aqui se não a covardia nem vai deixar eu "publicar postagem". beijos, fui para a vida.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Além do sangue

Todos os dias com ele é assim: uma rotina que não cansa. A gente sapateia, a gente ri, fala bem (e mal) da família, lembra com felicidade de velhos tempos mas sabemos amar mais o presente. Quando almoço em casa chamo ele com carinho e a gente come; de noite, se não estou muito cansada espero ele chegar para arrumar nossa janta (às vezes faço um macarrãzinho integral). A gente vive junto e a gente se dá bem. E o mais importante, a gente deseja a felicidade dos outros porque a nossa está garantida! Nada mais clichê que falar sobre um amor além do sangue. Mas é assim!

Tudo começa hoje

Não, nada. Eu não me arrependo de nada. Nem do bem que me fizeram, nem do mal. Tudo isso para mim tanto faz. Não, nada. Eu não me arrependo de nada. Está pago, está varrido, esquecido. Estou cheia do passado! Com minhas lembranças eu acendi o cigarro. Meus desgostos, meus prazeres, eu não preciso mais deles. Meus amores varridos com suas fraquezas. Varridos para sempre eu recomeço do zero. Porque minha vida, minhas alegrias, hoje elas começam com você!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Encantada

Eu quero falar sobre o encanto. O encanto de ser. Sabe quando você pega o ônibus, fica olhando pela janela mesmo sem ver nada mas com um sorriso na cara? É sobre isso que quero dizer. É estar numa esfera além, o encanto encanta. Queria sempre lembrar de que a vida é um encanto e de que viver pode ser muito bom se seu sorriso não sumir, se a esfera existir, se não esquecermos. Mas o encanto tem um problema: sua intensidade é tanta que quando vira desencanto a dor pode ser muita. Mas a gente pode dar a volta por cima e sorrir para o desencanto porque a vida vale mais!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Tenho o que ficou

Eu sei é tudo sem sentido. Quero ter alguém com quem conversar, alguém que depois não use o que eu disse contra mim. Nada mais vai me ferir é que eu já me acostumei com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei. Tenho o que ficou e tenho sorte até demais como sei que tens também.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

E daí?

E daí que a gente é egoísta? E daí que a gente é exêntrico, às vezes demais? E daí que somos impulsivos e também efusivos? E daí que vivemos num mundo individualista e muitas vezes somos engolidos por coisas que não nos damos conta? E daí? E daí? Você é feliz?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

que venham os visitantes...sejam bem vindos!

Vamos começar tudo de novo...

Quem olha para fora, sonha
Quem olha para dentro, despertaaa

Nossos passos!

Queridos e amados somos nós. Com uma vontade que nem mesmo a gente pode explicar estamos juntos. Com um amor que só a gente pode entender estamos vivos. E inicio esse cantinho sem propósito para lembrar de não esquecermos, para escrever o que não pode ser dito – e nem mesmo escrito. De forma incomum vivo a felicidade de ter um amor e de ser o amor de alguém que não pode nem ousar querer estar fora de mim. Já nasci dentro dele. Primos e primas estão aqui reunidos como em todos os outros lugares, reais ou virtuais, desse mundão!


E porque amamos, e porque vivemos, e porque queremos é que cada vez que damos nossos passos o mundo sai do lugar

Laís Salgueiro