quinta-feira, 23 de julho de 2009

Irritada

Ele me invadiu, era uma coisa que eu sentia percorrer cada canto de mim. Minhas entranhas eram tocadas da forma mais estúpida possível. Eu não sentia dores, mas sensações terríveis. Minha vontade era encolher até expelir aquilo tudo de mim. Sentia nervoso, um pouco maior do que aquele que se tem quando alguém arranha as unhas num quadro negro. Mas enfim, tudo acabou. Ele foi embora e minhas mãos se desprenderam. Senti um alívio que era rapidamente interrompido pela lembrança daquela invasão. E minhas expressões foram se soltando aos poucos, tentando esquecer. Mas dentro de mim tudo ainda se revirava, não havia ordem possível a ser estabelecida no meu corpo e nos meus movimentos, desde os mais internos. Estava tudo irritado. Agora passou, estou salva de qualquer perigo. É apenas uma irritação.

Um comentário: