quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Partida

Não quero gritar nada para o mundo. Tenho comigo, e guardo, os segredos. Às vezes são tão guardados que nem eu conheco ou lembro. Prefiro assim, tudo entre eu e o mundo é nosso, é mais sincero e mais gostoso. O mundo dança quando eu grito e me acolhe quando me escondo. Só ele me vê. E me escondo para ele e para mim. O mundo me dá vida, giramos juntos e até sinto que não preciso de mais nada. Basta que eu ande, enxerge e sinta. Assim amo. Assim vivo. Desprendo-me. Não quero problemas. Vou onde posso ir sozinha ninguém vai comigo. O mundo me leva. Desprendo-me, desprendo-me, desprendo-me. Não quero berros, só carinhos e abraços. Só isso que peço, já sorrio só de pensar. E sou romântica, às vezes prefiro minha objetividade. Construo e quero. Posso então errar, ninguém pode se acompanhar. Isso pesa e quero pena, pluma. Tudo leve. O mundo embala, a gente ferve, o filme passa, um vive e outro morre. As vidas se partem. Liberto-me.

Um comentário:

  1. lindíssimo!!!
    leio seus textos com os olhos fechados, com um sorriso de satisfeito, sentindo a brisa na cara

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