sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Corpo no mundo

Foi então que ela percebeu que via tudo cinza: cimento rachado, pedras portuguesas desarrumadas, asfalto: era o chão... De tanto olhar pra baixo não via nada além disso, quando, com um suspiro de cansaço, percebeu que era essa posição curvada que deixava seu coração apertadinho. Apertava o tórax, tirava o ar, deixava cega...
Subitamente entendeu que sua vida estava encolhida. E com a força de quem ainda tem ar foi levantando o pescoço e sentido cada ossinho se encaixar, estalando, acordando... Olhou para cima, olhou para os lados, viu e sentiu as cores. Imediatamente seu sorriso apareceu.
Respirou fundo, deu um passo grande, sentiu o vento! Sorriu, sorriu!
Deixou todo o mundo entrar em seu corpo, todos seus sentidos ficarem excitados... Ela estava dormente porque viva, porque vive. Porque a vida é uma só!
lsg

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