terça-feira, 3 de novembro de 2009

Nem tão sério assim

Tenho sempre a imensa vontade de fazer meu dia dar certo. E pensando agora parece sim que o final é sempre feliz. Isso porque quero sempre abraçar o mundo inteiro, trazê-lo para mim, quando então me dou conta que ele é muito grande para os meus braços, mas muito pequeno para a minha cabeça. Ainda que faça tudo o que eu quero, ou pelo menos o que eu posso, muitas horas sinto-me incompleta. Mas agora está tudo pleno, completa de tudo, com pequenas nostalgias e grandes alegrias e mentiras sinceras.
Por isso observo: no submundo não há nada, não há relações, os laços que pretendem ser estreitos não são nem criados. Lá está escancarada a condição humana, o ser animal com sua voz e seus instintos. Nesse lugar me dispo de valores, não há amor nem ódio, há a vida pulsando e revelando com calor o que todos nós somos. Lá parece automático, mas como posso falar do "lá"? Vejo tudo destruído, tudo aquilo que me sustenta e sustenta você, por isso vá experimentar outra coisa e então se destrua! E reconstrua.
E enquanto entrava no nosso submundo ela me disse: "como você escreve tão bem, isso não é fácil!". Eu parei na hora, olhei para aqueles olhos e sorri. Quis conversar com ela, saber um pouco dela, afinal assim como eu observo, ela também me observava. Contou-me que gosta muito de morar ali mas já está enjoada, já não tem mais emoção, já viveu lá sua infância e agora tem até bisnetos. Sobre a violência? Disse que essa estava em todos os lugares, e terminou dizendo que não poderia mais se mudar de lá, não quis sair antes, então agora parece achar digno continuar ali. E essa mulher me redeu linhas, me mostrou o bom senso comum. Mas não me sinto comum, não me sinto melhor, só me sinto (muito). E sorrio para toda essa simplicidade da vida que parece fugir de mim, vamos gente!!! Vamos apenas sentir, estar, dizer sim! Vamos elogiar, vamos ser felizes e fazer feliz, não vamos nos assustar! O submundo já nos revelou, já quebramos tudo e somos agora valores e sentimentos a serem respirados. O fim do dia já foi dito. Quem entendeu bem, eu ainda estou tentando entender. Mas vamos deixar de sermos tão sérios?

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