segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Voltas em mim

Pois é, o mundo dá voltas inesperadas, e a cada volta, estranha ou bonita, sinto a fragilidade da vida. Ainda que viva de forma intensa a sua fraqueza, percebo as pessoas de milhões de formas. Sinto a felicidade misturada com podridão e o quanto as coisas podem acabar assim: que nem poeira no ar. As coisas construídas se quebram e você não pode mais pegá-las, só senti-las arranhando sua cara, seu coração que parecia tão feliz, que foi feliz.
Sou duas, uma que ama e uma que se enoja, só a embriaguez da vida pode me salvar. Sua poesia hipócrita, seu carinho gostoso, sua angústia aliviadora, toda a contradição dessas voltas estão em mim.
Vou nessa, vou rodando, vou rindo para fora, vou chorando para dentro e descobrindo tudo que sou capaz, o quanto as pessoas valem, o quanto as verdades enganam. Vou indo, vamos, vamos!
Cada passo me surpreende, me surpreendo, vou pensando em todas as relações que me rodeiam, vou valorizando cada uma, vou deixando elas passarem, eu vou, o tempo vem. Já não sinto nada, nem o que me fez estar aqui na primeira palavra escrita. Está vendo como vou indo? Vou indo com você, vou indo só comigo. Nem olho para trás, me assusta um pouco o mundo, perco minha inocência em querer descobrir tudo. É, é o preço que se paga. Quebro a redoma, construo outro mundo, me largo e depois me vejo presa.
Não quero pedir nada, quero só ir, me deixa tá? Essa outra em mim vai seguir comigo, vou esconde-la depois mas não vai adiantar muito, pelo menos agora. Estou com um sentimento inexplicável, veja a desconexão. Não queira entender, entrego tudo à vida, me entrego à vida!

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